Tráfico de Pessoas

Tráfico de Pessoas

Maria Sílvia Oliveira


É um problema praticamente invisível, como se não existisse. Algumas pessoas continuam com a velha ideia tradicional que o mundo dos criminosos é algo marginal, “pequeno”. A proporção e a seriedade são desconhecidas, pois quase ninguém fala sobre isso. Mas é uma Grande Causa em torno do problema, não tão pequeno assim...

Ainda se fala sobre tráfico ou escravidão de mulheres brancas. Um conceito obsoleto, porque há muitos anos falamos de tráfico de pessoas - as vítimas não são apenas as mulheres brancas, mas mulheres e homens de todas as raças e idades. Hoje falamos sobre tráfico de pessoas, crime e violação graves dos direitos humanos, pois inclui oferta, recrutamento, transferência, alojamento e acolhimento de pessoas para exploração. Assume formas distintas: exploração sexual, trabalho, retirada e comércio ilegal de órgãos, casamento servil, recrutamento forçado para conflito armado, mendicância, “barriga de aluguel” e outros crimes.

O tráfico de pessoas afeta todos nós, pois podemos ser a próxima vítima. Precisamos tomar consciência com urgência. Não devemos ficar indiferentes a essa realidade. As pessoas afetadas perdem a sua liberdade, não exercem seus direitos, vivem em condições indignas e desumanas e sob ameaças constantes.

Há várias causas: ausência de políticas públicas, leis de imigração que não garantem e nem têm cuidado com a vida, e situações de ilegalidade exploradas por criminosos. Por isso dizemos que é problema social, econômico e político.

O número de vítimas no mundo é estimado em milhões de pessoas. O dinheiro que impulsiona essa tragédia é incalculável. As estatísticas o colocam entre os três crimes mais lucrativos, ao lado de armas e tráfico de drogas. Paradoxalmente, o número de pessoas condenadas por esse crime é insignificante em todo o mundo.

Nos últimos anos, as congregações religiosas presentes na América Latina consideraram-no prioridade, organizaram-se em redes regionais e trabalharam intensamente, ao lado de outras organizações da sociedade civil. Promovem campanhas de conscientização e sensibilização, porque o que está em jogo nesse negligenciado drama é a Grande Causa da Vida e da Dignidade. No último Seminário Continental sobre Tráfico de Pessoas, em Bogotá, em agosto de 2017, essas redes declararam:

• Queremos denunciar o aumento do crime de tráfico de seres humanos em nosso Continente. Crime presente em todos os países, afeta milhares de pessoas, particularmente mulheres, meninas e meninos, violação flagrante dos direitos humanos fundamentais.

• Condenamos veementemente não apenas o crime de tráfico, mas suas múltiplas causas - econômicas, políticas, culturais e sociais.

• Exigimos que os governos assumam a responsabilidade de tornar esse crime visível, respeitem e executem os acordos, dediquem recursos humanos, econômicos e estruturais à atenção integral das vítimas e implementem leis que previnam e punam qualquer ação que tratem pessoas como objeto/ mercadoria, forma moderna e abominável de escravidão. Pedimos atenção especial às populações vulneráveis, às fronteiras e aos crescentes movimentos migratórios. É essencial e urgente a criação de formas que permitam uma atenção efetiva e imediata às vítimas.

Estas são as principais redes contra o tráfico de pessoas. Entre em contato e ofereça-se para colaborar:

Red Tamar, Colômbia, redtamarjpic@gmail.com

Rede Grito pela Vida, Brasil, gritopelavida@gmail.com Gritopelavida.blogspot.com.br/ FB: redeumgrito

pelavida

Red Ramá, Centroamérica, jpeconfres@yahoo.es Facebook: redrama.org/ Web: redrama.org

Red Kawsay, Peru, redtrata.peru@gmail.com

Red Kawsay, Argentina, redkawsayargentina@gmail.com/Facebook: Red Kawsay Argentina-Uruguay

Red Rahamim, México,

redrahamim@cirm.org.mx

 

Maria Sílvia Oliveira

Red Kawsay, Argentina