Na década afrodescendente

Na década afrodescendente

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A ONU proclamou a “Década do Afrodescendente” (2015 a 2024), que acontecerá nos 197 países afiliados ao organismo. A ONU reconhece que o decênio do negro é uma ação de extrema urgência, frente ao crescente equívoco do capitalismo que torna os ricos mais ricos e os pobres mais pobres. Neste contexto, como fazer avançar os Direitos à reparação histórica do povo negro? A ONU adotando a DÉCADA, já reconheceu, assumiu e se comprometeu com as demandas do povo negro em nível mundial. Agora, após esta grande conquista da comunidade negra, cabe às estruturas institucionais de cada país, apesar de viciadas, serem empurradas pela militância de negros e brancos conscientes, a fim de assegurar que o plano de ação da ONU tomará o seu curso e gerará questionamentos da realidade de exclusão, mudança de mentalidade e investimento na causa deste povo. Com vista a garantir que o negro esteja em todas as pautas da Organização, a EDUCAFRO tem trabalhado por reuniões estratégicas com o comissariado da ONU, em vista de se fazer avançar estes direitos.

Não nos iludamos: a crise econômica mundial do século XXI está corroendo as conquistas do povo negro nas Américas e no mundo! Nos últimos dois anos, a maior vítima do desemprego foi a população negra, em especial a mulher negra, em todos os países que atravessam mares agitados. As políticas públicas de terceira geração (ações afirmativas focadas) já necessitam ser repensadas para corrigir os rumos da nova exclusão que, se nada for feito, terá seu efeito estendido até 2018. Os negros sempre foram os principais excluídos das políticas públicas em todos os países. A “máquina pública” de cada país está nas mãos das elites eurodescendentes. Nos próximos três anos, se o negro gritar por seus direitos, com ocupações, protestos e estratégias de negociações, haverá avanços. As ações afirmativas, como nova forma de entender o investimento em politicas públicas, vieram para ficar! Talvez o Brasil seja o país onde o povo negro, contando com o apoio de poderes de esquerda, mais avançou. É certamente um país que tem a partilhar com os demais. No entanto, as organizações do povo negro ainda não deram este importante passo.

 

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Rio de Janeiro, RJ, Brasil