A ALCA que vem

A ALCA que vem

Pastoral Social - Cáritas


ALCA é a sigla para Área de Livre Comércio das Américas. Este é o nome pelo qual se conhece o processo de integração da América Latina. É parte dos processos de expansão dos Tratados de Livre Comércio ( TLC) que se estabeleceram entre Canadá , EEUU, México e outras regiões do continente ( Mercosul, Pacto Andino etc.)

Este Mega-Projeto Neoliberal pretende vincular as economias do hemisfério e possibilitar sua integração, criando um espaço continental de “Livre Comércio” que deverá ser concluído antes do ano de 2005. Abrangerá todo continente americano, exceção de Cuba, Haiti e Suriname

Uma vez concluídos todos os aspectos para sua conformação esta será, em termos econômicos, uma unidade geográfica com quase 800 milhões de pessoas, um produto interno bruto (PIB) de 8 bilhões de dólares e um comércio total de 2.4 bilhões de dólares. O que se espera antes de tudo é o aproveitamento do grande número de consumidores e o alto volume de intercâmbio comercial.

Entre os principais “objetivos e princípios” que contempla a ALCA encontra-se: integração econômica de barreiras tarifárias, integração dos mercados de capital, proteção de investimentos estrangeiros, medidas para melhorar as compras do setor público.

De que forma iremos sofrer a influência da Alca?

A ALCA como os outros Tratados de Livre Comércio da América do Norte e o Mercosul pretendem liberar, incentivar e favorecer o investimento estrangeiro.

A ALCA fundamenta-se no modelo de liberação do comércio e investimentos, de acordo com os Programas de Ajuste Estrutural, já introduzidos anteriormente na América Latina pelo Banco Mundial (BM) e o Fundo Monetário Internacional (FMI). Segundo estes princípios os países da América Latina estão obrigados a :

-abandonar a indústria nacional para favorecer as internacionais,

-diminuir o gasto público abandonando programas de saúde, educação e segurança social, permitindo que o investimento privado se ocupe deles,

-liberar, isto é privatizar os setores de eletricidade, transporte, energia, telefonia, água e recursos naturais,

-eliminar as normas que regulamentam o investimento estrangeiro, para permitir seu livre exercício,

-facilitar o uso de terras agrícolas a fim de produzir cultivos para exportação e para saldar a dívida externa,

-reformar os códigos ou normas trabalhistas para permitir a flexibilização e mobilidade do trabalho,

-desregular o mercado financeiro para permitir a livre circulação de capitais especulativos afim de competir ou alcançar mercados onde obtenham maior rentabilidade.

Como a Alça irá nos afetar?

O que a ALCA irá conseguir é incrementar enormemente as riquezas de um pequeno número de investi-do-res e oligarcas em troca do enorme aumento das condições de miséria e empobrecimento dos povos da América Latina. Vejamos alguns dados indicadores que apontam para uma resposta às nossas interrogações

-Atualmente as políticas de livre comércio que promovem acordos como este são fortemente questio-na-das, pelas condições reais em que hoje se encontram os países onde foram aplicadas, pois produziram os níveis de pobreza e favoreceram uma maior concentração da riqueza.

-As condições de trabalhistas dos trabalhadores vertiginosamente pioraram: baixos salários, aumento da jornada de trabalho, ausência de amparo legal, restrição da liberdade sindical, condições insalubres de trabalho, trabalho infantil.

-Destruição do meio ambiente, com severos trans-tor-nos ecológicos, perda de incalculáveis recursos naturais e da fauna.

-Privatização de serviços públicos, transporte, energia, comunicação, água, saúde, segurança social.

-Perda da identidade nacional, pelos efeitos da transculturação, perda de valores, costumes, folclore.

-Perda da soberania nacional, que deverá ceder diante dos desígnios de instâncias internacionais.

-Restrição de nossos direitos democráticos, humanos, sociais e econômicos.

 

Pastoral Social - Cáritas

Panamá